Ex-técnico do Santa Cruz e do Náutico, Dado Cavalcanti, hoje no Bahia, está em isolamento social, nesse período de quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, no interior de Pernambuco. Na pequena cidade de Chã de Alegria, a 52 quilômetros do Recife, o treinador aproveita ao máximo o contato apenas com os dois filhos pequenos, Rafael e Eduardo, com a mulher e os sogros.

  • Aqui até sinal de celular é ruim de pegar. Eu subo um morro aqui perto da fazenda duas vezes ao dia para conseguir me conectar e falar comas pessoas. Depois da primeira semana no apartamento, decidimos vir pra cá. Tem muito espaço para brincar com as crianças. Meu filho de 4 anos está cheio de energia. E no apartamento ia ser difícil acompanhá-lo.

Com tempo livre, Dado Cavalcanti aproveita para ler arquivos digitais do trabalho e curti a família. Também é tempo avaliação dos últimos 12 meses, quando aceitou um convite para comandar a equipe de aspirantes, também chamada de transição, do Bahia.

Cansado da instabilidade que o cargo de treinador gera, ele decidiu assumir o projeto proposto pelo Tricolor baiano.

  • Enxerguei a possibilidade de realizar um trabalho com começo, meio e fim. Ainda não está completo porque está tudo parado no país. Mas os resultados são bons. Conseguimos levar o time de aspirantes à semifinal do brasileiro da categoria no ano passado. Com essa equipe, lideramos o campeonato baiano até o momento da parada e conseguimos promover jogadores para a equipe principal do Bahia.

Sobre a relação de trabalho com Roger Machado, técnico do time principal, Dado Cavalcanti entende com é muito boa.

  • Os trabalhos estão associados. Ele acompanha alguns trabalhos com a gente. E eu também participo de algumas atividades comandadas por ele. Temos algumas ideias parecidas sobre modelo de jogo e isso facilita o entendimento. As diferenças entre as equipes são pequenas, até por conta de características de jogadores. Mas quem é convocado para o time principal sabe exatamente como se comportar em marcação por zona, gatilho de pressão, detalhes que trabalhamos conjuntamente.

Com 38 anos de idade e quase 15 de carreira, Dado já dirigiu Santa Cruz, Náutico, Paraná Clube, Coritiba, Ponte Preta, Ceará, Paysandu, entre outros. Tem contrato com o Bahia até o dia 20 deste mês. E ainda não sabe o que o futuro lhe reserva.

  • Eu precisava desse tempo, tempo pra desenvolver um trabalho. Foi um passo atrás pra me redescobrir como treinador. Essa chance no Bahia foi importante pra minha carreira – disse, antes de completar:

“Ainda não sei o que vai acontecer. Cheguei a receber alguns convites nesse período mas preferi cumprir o meu contrato, que está perto de terminar. Chegamos a iniciar uma conversa com o Bahia mas, com essa pandemia, temos que aguardar. Se for pra continuar, não faltará dedicação. Se surgir outra proposta, estarei ainda mais preparado por tudo o que aconteceu nesses últimos doze meses de trabalho no Bahia”.

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